quarta-feira, 21 de maio de 2008

Um bom exemplo de publicidade enganosa

NO PELOTÃO DE TOPO DOS ESTADOS PACÍFICOS EM PROGRESSO

O fim da guerra civil, a estabilidade política e a previsão das eleições permitiram a Angola tornar-se num dos países que mais subiram na classificação dos países pacíficos no mundo em 2008.

Divulgada ontem e obra conjunta do grupo de reflexão “Instituto de Economia e Paz” e “Economist Intelligence Unit”, a tabela destaca, além de Angola, a Indonésia, Índia e Uzbequistão.


O estudo teve a primeira edição em 2007 com 121 países, tendo apontado a Noruega como o país mais pacífico do mundo.

Na presente, a liderança passou para Islândia num conjunto de 140 Estados considerados.

Parâmetros de análise

Os parâmetros de análise vão desde o número de presos, de polícias e de militares por 100 mil habitantes, até às estatísticas económicas, passando pela participação cívica, cultura política e liberdades civis.

As relações com os países vizinhos, o número de crimes, a população prisional e as potenciais ameaças terroristas são outros itens considerados para a elaboração da tabela.

Nas tabelas de 2007 e na deste ano, o último lugar é ocupado pelo Iraque, devido à continuação da violência,

Nos primeiros 20 lugares figuram 16 democracias europeias, a maior parte das quais membros da União Europeia.

Caso a União Europeia fosse considerada em bloco, ficaria no quarto lugar.

Lusófonos, USA, Rússia

Na edição de 2007, Portugal figurou em nono lugar, e este ano subiu dois lugares.

Entre os países considerados, o Global Peace Index analisa mais dois países lusófonos: o Brasil, que em 2007 estava no 83º lugar e este ano desceu sete posições, e Moçambique, que manteve o 50º lugar alcançado em 2007.


Os Estados Unidos ocupam o 97º lugar dos Estados Unidos (96º em 2007) devido ao nível de gastos militares, efectivos militares no exterior e maior número de presos.

A Rússia, que desceu 13 lugares relativamente a 2007, figura este ano no 131º devido à crescente instabilidade na Tchetchénia.



Comentário:Tal como sugere o "título" deste artigo, aqui está um bom exemplo de publicidade enganosa utilizado pelo "marketing" das imagens viradas do avesso.

Lendo atentamente o artigo, ele começa por referenciar o seguinte :« O fim da guerra civil, a estabilidade política e a previsão das eleições permitiram a Angola tornar-se num dos países que mais subiram na classificação dos países pacíficos no mundo em 2008».

Mais adiante, refere que o estudo envolve 140 países, e faz a descrição dos factos de alguns deles.
Em que circunstâncias, é que entra a publicidade enganosa (marketing) relativamente a Angola.
Entra, pelo simples facto de em momento algum, não revelar a verdadeira posição, e a subida de quantos degraus que Angola ocupa na dita tabela DO PELOTÃO DE TOPO DOS ESTADOS PACÍFICOS EM PROGRESSO.
Isto é, ficamos todos a "alhar" a tentar descurtinar, onde começa o topo do pelotão, se é a contar do fim, do meio ou do ínicio do mesmo.

À primeira vista, quem ler este artigo, até vai pensar que Angola fez um grande progresso. Na volta não saiu do mesmo sítio, quanto muito progrediu 1 a 4 lugares a contar do final da tabela.Se na verdade o progresso tivesse sido, como tentam publicitar, não teriam omitido a posição (lugar) de Angola na tabela.

Imagino internacionalmente, esta notícia deve ter um efeito "bombástico", mas na prática está tudo igual, basta estarmos atentos ao aumento dos índices de criminalidade, e à qualidade de progresso, cuja a sua visibilidade real no terreno, só acontece no seio das classes sociais média/alta.O povo assiste pacíficamente à evolução do progresso do rico, e as suas dificuldades, como os índices da pobreza não entram para os resultados da dita lista dos 140.

O mais caricato, é a divulgação dos lugares ocupados pelo Brasil (90º) e Moçambique (50º).

Cadê (novo acordo ortográfico) a posição de Angola ?

Temos que ir investigar para saber, e confirmar esta publicidade enganosa ?!?!

Mas também, não será necessário perder tempo com investigações e pesquizas, num país onde a falta diária de água, de luz eléctrica, de combustível ( um dos maiores produtores de África), de materiais de construção, de comida no super do pobre, etc., falar em PROGRESSO só pode mesmo ser uma UTOPIA PUBLICITÁRIA DE MARKETING.

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