quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mistério em Angola

Fonte:Diário Económico


O Banco Nacional de Angola (BNA) tem novo Governador. Amadeu Maurício, que estava a meio de um segundo mandato de cinco anos, foi exonerado sábado passado pelo Presidente da República e substituído por Abraão Pio do Amaral Gourgel, até agora vice-ministro da Indústria.

A exoneração de Maurício e a nomeação de Gourgel foram conhecidas através de uma lacónica nota de imprensa divulgada num fim-de-semana e incluída num pacote, que continha uma mini remodelação governamental e uma dança de embaixadores. O ‘timing' e a forma de comunicação das mudanças no comando do banco central angolano teve o objectivo claro de as desvalorizar.

Percebe-se porquê. De acordo com a Lei, o BNA tem como objectivo principal assegurar a preservação do valor da moeda nacional, o kwanza. A estabilidade cambial é fundamental para a manutenção da estabilidade macroecómica, prioridade das prioridades de Luanda. Uma eventual desvalorização do kwanza aumentaria os preços dos produtos importados em moeda nacional, potenciando um círculo vicioso desvalorização-inflação-desvalorização.

Nos últimos anos, o kwanza foi suportado pelo aumento das reservas de divisas graças à feliz coincidência da subida do preço do petróleo com o aumento da produção angolana de crude. Entre 2003 e 2008 as reservas externas líquidas de Angola aumentaram quase 25 vezes de pouco menos de 800 milhões de dólares para mais de 18 mil milhões. Com a crise internacional o cenário inverteu-se. O preço do petróleo caiu e Angola foi obrigada pela OPEP a cortar a produção.

Resultado, as reservas de divisas cairam quase 25 por cento em quatro meses, de um pico de 20 mil milhões de dólares em Novembro de 2008 para pouco mais de 15 mil milhões em Fevereiro.

Esta quebra provocou uma corrida aos dólares, com a procura nos leilões do BNA a disparar de uma média diária de 50/60 mihões de dólares para 335 milhões.

Com o Kwanza sob pressão, a 13 de Fevereiro, o BNA foi obrigado a desmentir a iminência de uma desvalorização - ainda assim, a taxa de referência do BNA passou de 75 kwanzas por dólar nos últimos anos para os 76,4 actuais.

Oficialmente, a exoneração do governador Mauricio foi feita a pedido do próprio. Falta saber se o pedido foi feito de livre vontade ou se foi obrigado a tal. A imprensa privada fala em descontentamento do Presidente dos Santos relativamente à gestão de reservas de divisas - a imprensa oficial ignora olimpicamente o assunto, apesar da sua importância.

O quer que se tenha passado, foi violada uma das regras não escritas dos mercados financeiros a qual diz que os mandatos dos banqueiros centrais são para cumprir até ao fim. Com a moeda nacional sob forte pressão, este não era seguramente o melhor momento para se mudar o guardião do kwanza. A establidade macroeconómica começa na estabilidade das equipas responsáveis pela política macroeconómica.



Comentário: Foi sol de pouca dura.O verniz da pseudo democracia de fachada em Angola, já começou a estalar.Já começaram a «rolar cabeças».Já começou a «dança das poltronas».Já começou os atentados às regras nacionais e internacionais e aos direitos e deveres de cada cidadão.Isto, só é possível acontecer em democracias frágeis e inventadas pelo marketing do grande poder económico, que conseguiram transformar o MPLA e o presidente Dos Santos de Ditadores, corruptos e diabos, em Democratas, honestos e Santos.Durou pouco tempo, pelos motivos que todos os angolanos sabem e conhecem, dentro e fora de Angola.Pois só eles, conhecem bem os truques usados por esta máfia.A estranjeirada que anda vangloriar-se por Angola, está-se borrifando, em tempo de crise e de «saque», se o MPLA e o Dos Santos cumprem ou não as regras da democracia.Inclusive, até estão interessados em comer do próprio prato deles, enquanto Angola fôr a galinha que vai pondo os ovos d'oiro na cesta deles.O MPLA e o Dos Santos sabem disso.Todos juntos, estão-se borifando e maribando para Angola e para o povo Angolano.O que eles querem, é poder continuar a ter todas as condições para «sacar», de preferência sem ingerência nos atentados à democracia praticada por quem governa Angola.De preferência, a estranjeirada, até é, «cega, surda e muda» e vai vivendo na maior, ignorando a miséria.Usam óculos escuros e ao fim de semana, reunem-se para curtirem na maior, enquanto o povo faz contas à sua precariedade.

Esperemos pelas cenas dos próximos capítulos.

As próximas cabeças e poltronas a serem decapitadas.





segunda-feira, 6 de abril de 2009

Portugueses saem à descoberta das noites loucas de Luanda

Ritmos africanos no terraço sobre a cidade, melhores DJ de música electrónica com vista para o oceano. Com muito alcool e sempre até de manhã. Debaixo do calor tropical.

Fonte:Correio da Manhã

O fio de suor já não perdoa o top branco da rapariga russa, condenado a descer pelo decote que vacila endiabrado aos batuques do kizomba. 'Isto é de loucos!' Meia hora de pista e está rendida à fúria do tambor. A saia curta cede ao ritmo africano. 'Ao calor'. Descalça de preconceitos no terraço do Palos, agora junto ao bar de madeira com vista para a torre da Sonangol, símbolo do império em expansão, não é a mesma Elena que chegara horas antes ao Chill Out só para jantar. 'Vodka tónico, por favor. Eles não param!' À primeira de quatro noites em Angola, a pretexto dos negócios do pai, foi traída pelo estilo inicial do primeiro bar. Pôr do Sol, cozinha francesa. Ambiente lounge. Deixou-se levar, embalada pelo vodka num espaço em mutação a céu aberto. E acabou cercada por gente local e europeus, dezenas de portugueses. Contaminada pelas noites loucas de Luanda.

Os miúdos de rua fazem lei à porta do espaço mais exclusivo da famosa zona da ‘ilha’, língua de terra que abraça a baía de Luanda. Dezenas de jipes topo de gama alinhados no parque do Chill Out em troca de 'uma gasosa'. A gorjeta. E o restaurante/bar/discoteca de Luís Castilho, jovem empresário de Lisboa, esgota a ritmo animado. 'Entrada selectiva' traçada por seguranças que lhe asseguram a 'boa frequência do espaço'. Habituado a reinar às sextas e sábados, a par do clássico D. Quixote, quinta-feira ali é noite de festa por excepção. Véspera de feriado pela chegada do Papa Bento XVI à cidade.

Dois shots ao balcão abrem caminho às primeiras horas de música electrónica, 'a única' que Luís, 27 anos, admite madrugada adentro no seu Chill Out. Num 'processo evolutivo', que arrancou em 2005, 'o objectivo é cada vez mais fazer uma casa de renome a nível internacional'. Para isso contribuem DJ famosos que 'hoje já vêm de Portugal e outros países mais facilmente a Angola'. E também por isso, mas sobretudo pelo jantar de sofisticada cozinha francesa e ambiente 'mais calmo' que antecede o culto da ‘House Music’, com vista privilegiada sobre a baía, o Chill Out foi paragem obrigatória para José Sócrates, Artur Albarran, Herman José, Marcelo Rebelo de Sousa, Bárbara Guimarães, Emídio Rangel, José Eduardo Moniz, Eusébio e restante equipa e comitiva do Benfica, ou a actriz brasileira Maitê Proença. No caso do ex-jogador Dani, em Março de 2007 foi à discoteca acompanhar o trabalho da namorada, DJ Poppy, por três dias, 'mas adoraram e ficaram por cá uma semana'.

Os dois shots ao balcão são para João e Miguel Silveira, primos que saíram da zona de Coimbra há dois anos e embarcaram juntos na aventura de Angola. Como consultores numa 'multinacional em expansão'. E mais não dizem. Nem é altura para falar de trabalho, prontos a desligar por três dias do stress das reuniões e do trânsito infernal de Luanda. 'Depois da meia-noite a cidade é um paraíso', garante João, já entretido com uma caipiroska ao canto da pista. Do dia restam o calor e a humidade de sempre, que pouco abrandam ao passar das horas. E os portugueses, franceses, alemães, russos ou holandeses que, além dos angolanos 'com poder de compra', suportam em Luanda preços de uma noite europeia. Uísque novo ou vodka, seis euros; cerveja de garrafa, quatro.

Também jantar não é barato na cidade. A oferta num bom restaurante, por um bife ou outros pratos que não deixam saudades de Lisboa, com cerveja ou vinho médio a acompanhar, ronda os 40 a 80 euros por pessoa. E as opções são várias. Sobretudo 'para quem conhece', grupos de portugueses que se formam à chegada de cada um a Luanda, apesar do trabalho em diferentes áreas, e que ao fim de meses funcionam como um clã. É nesse espírito que não falham um jantar de sexta ou sábado, normalmente em esplanadas, sempre que não partem para um fim-de-semana 'mais calmo' de praia em Cabo Ledo, a duas horas, ou na ilha do Mussulo, do outro lado da baía de Luanda.

Os resistentes apostam esta quinta-feira na primeira de três noites a prometer longa animação, como Tiago Mendes, que chega ao Chill Out já depois das duas da manhã. Sem pressas, quando o bar lounge deu lugar à discoteca agitada. O engenheiro civil bebe uma cerveja debaixo do 'calor insuportável', a que ainda não se habituou, já com a pista repleta de mulheres. Com o som das colunas a chegar à praia em frente. 'Há quem se queixe do calor mas o tempo é uma vantagem. Um país tropical permite rentabilizar um espaço destes, ao ar livre, doze meses por ano. Ao contrário de Portugal', recorda Luís Castilho. Muitos bebem pela noite dentro e caem vencidos. 'Dormem na praia...'

A concorrência de outros espaços da noite de Luanda 'nunca deu problemas, mesmo os mais antigos. Há mercado para todos. Até publicitamos as nossas festas à porta deles', com miúdos a distribuir panfletos junto ao Palos, por exemplo, que faz da quinta-feira a sua noite de referência. Casa cheia garantida. Ali, na discoteca de dois andares com vista sobre a cidade, a aposta é forte ao sabor dos ritmos africanos. Kizomba acima de todos, com a russa Elena deliciada entre uma multidão.

Marta e Ana, jovens advogadas do Porto, não perdem 'uma noite de Palos', no centro da cidade. Normalmente guardam o Chill Out para o fim-de-semana, mas hoje, por excepção, é lá que tudo começa. Até porque conduzir com álcool 'ainda é pacífico', confessam. Entre os espaços mais badalados da noite de Luanda restam o Elinga, com grande adesão de portugueses fora-de-horas, e o Miami Beach Club, da filha do presidente de Angola.

O clube privado de Isabel dos Santos, que tal como o Chill Out é construído em madeira e assenta numa praia, foi a primeira grande casa nocturna de Angola. Mediatizada pelas grandes festas de Ano Novo e Carnaval, onde atrai empresários e personalidades da política local e internacional. Destaca-se hoje em dia pelo ambiente à tarde e noites de domingo, mercado que o Chill Out de Luís Castilho não disputa. 'Só queremos ambiente de discoteca às sextas e sábados'. Nos outros dias é o regresso às origens, com o projecto do restaurante, quando Luís chegou a Luanda com o amigo madeirense Carlos Faria Paulino, 31 anos, em Outubro de 2005.

Concluído o curso de gestão hoteleira em Lisboa, Luís não tinha trabalho e o pai lançou-lhe o repto. 'Os meus pais estiverem cá antes do 25 de Abril e o meu pai regressou há 15 anos'. Abriu uma construtora, uma empresa de publicidade, um stand e um restaurante, o Caribe. 'Desafiou-me para vir e não pensei duas vezes, a ideia inicial era montar um restaurante de comida mais sofisticada e um bar de ambiente lounge. Só que a afluência de gente nova foi logo enorme e contratámos um DJ'.

A evolução para discoteca durou poucos meses e abriram sem publicidade, ao mesmo tempo que compravam mais colunas de som. 'Depois começámos a organizar festas e a trazer DJ de fora. Lembro-me que o primeiro foi o Pedro Tabuada, numa altura em que ninguém queria vir a Luanda com medo da insegurança.' Seguiram-se nomes como Gary Nesta Pine, Pete Tha Zouk, Stress ou King Bizz.

Já este mês, o Chill Out conta com o DJ Vibe para marcar o ritmo da festa prevista para o feriado de 25 de Abril. Nomes que comandam a música electrónica no espaço mais internacional de Luanda, onde Elena jantou com o pai; e a poucos quilómetros do Palos, onde a russa continua de cabeça perdida ao som do kizomba.

PORTUGUÊS LEVA 4 MIL PALMEIRAS DESDE MIAMI

A baía de Luanda é hoje ainda marcada por fortes contrastes, dividida entre os velhos edifícios devastados por 30 anos de guerra e a imponência das novas torres da cidade – construídas em tempo recorde nos últimos anos e que simbolizam o poder financeiro num país emergente. A maioria de grandes bancos internacionais, muitos portugueses. O projecto de requalificação da zona costeira é arrojado e também ele está nas mãos de um português, José Récio. O empresário, com actividade no país há mais de 20 anos, fretou em 2007 um navio e foi com a sua equipa até Miami buscar quatro mil palmeiras adultas, que conserva num horto a 80 quilómetros da cidade, e que pretende instalar na baía brevemente. O objectivo é criar naquela zona espaços verdes de grande atracção turística e empresarial.

CASAMENTO TRAVA VIDA NOCTURNA

Quando chegou a Luanda pela mão da família Castilho, em 2005, o madeirense Carlos Faria Paulino tinha por missão gerir o Chill Out com o amigo Luís. "Trabalhei aqui dois anos e meio", até que conheceu Inês Passarinho, actual mulher. "Não era fácil de conciliar com o ritmo da noite e decidi acalmar a minha vida profissional – aceitei um lugar como gestor da NCR Angola", a maior empresa informática do país; enquanto Inês, que já tinha família em Luanda, é hoje fisioterapeuta numa clínica da Sagrada Família, do grupo Endiama. A amizade de Carlos e Luís mantém-se – e o Chill Out continua a ser ponto de encontro "quase infalível" às sextas ou sábados. "Às vezes, as duas noites..."

"ADAPTAÇÃO A REALIDADE DIFERENTE"

Vânia conheceu Luís Castilho no Porto, onde começaram uma relação há cerca de dois anos e meio – e acompanha-o na aventura de Angola nos últimos cinco meses. Aos 28 anos, a ex-manequim procura ainda adaptar-se à realidade "bem diferente" de Luanda, mas, "à partida", não pensa em ficar muito tempo. Isto apesar da fácil integração social e profissional – sendo actualmente apresentadora do canal angolano TV Zimbo, que durante a visita do Papa Bento XVI ainda se encontrava em período de emissão experimental.




Comentário:Acho muito bem, que todos os expatriados que estão em Angola, aproveitem para provar a «água do Bengo» e fiquem vacinados para toda a vida.Dessa forma, quando um dia mais tarde, tiverem algum precalço, já sabem dar valor ao que MILHARES dos chamados Retornados (eu não retornei a lado nenhum, porque a minha terra é Angola) e angolanos obrigados ao exílio forçado, sentiram e ainda sentem quando se fala de Angola.

Que tenham mais sorte no estigma que inventarem para os catalogarem quando tiverem que regressar às suas origens.Que digam à sociedade e aos revolucionários de meia leca, que eles estavam errados na mentalidade e comportamentos que adoptaram para com os angolanos e portugueses aquando da revolução dos cravos.Foi uma revolução de cravos, porque a coragem era tanta, que nem uma bala as armas tinham para disparar.

Mas atenção, meus amigos, os angolanos de hoje, não são, nem têm a mentalidade de outrora.

Outrora levaram 500 anos para abrirem os olhos.Actualmente, podem levar 5 meses/anos como podem levar 50 anos.Portanto se não querem que a história do passado se repita, comecem já a pensar em garantir o vosso futuro além fronteiras.Caso contrário, regressam com uma mão atrás e outra à frente e na bagagem trazem desilusão, revolta pelos erros por vós cometidos durante as «farras e a vida frenética que o efeito da água do bengo provoca»

Efeitos anestesiantes, frenéticos, alucinados por um modo de vida e de estar, completamente diferente do europeu, americano, asiático.

Podem-me perguntar e inclusive alegar que estarei «roída de inveja».

Responderei simplesmente:

-Não estou.

Tenho os pés bem assentes no chão, para saber que depois do sonho, vêm as consequências do pesadelo.

Boa sorte, para a nova geração de expatriados (antes tinham outro nome mais agressivo) aventureiros por terras angolanas

quarta-feira, 1 de abril de 2009

ACTUALIZAÇÃO DO REGISTO ELEITORAL


Fonte: o apostolado

A fase de actualização do registo eleitoral tem inicio esta quarta-feira em todo o território nacional.

O processo tem duração de dois meses e abrange cidadãos nacionais que completam 18 anos até 31 de Dezembro do ano em curso e os que por qualquer motivo não tenham efectuado o registo eleitoral.

Além do registo nas administrações municipais e comunais, o Ministério da Administração do Território vai promover o registo dos cidadãos em postos e brigadas móveis nos locais de difícil acesso.

Para o efeito, o ministro da Administração do Território, Virgílio de Fontes Pereira, reuniu-se recentemente, em Luanda, com entidades provinciais para análise da preparação do processo.

"Procuramos analisar questões ligadas à formação dos agentes eleitorais, cujo universo rondará os mil e novecentos, entre chefes de brigada e brigadistas, devendo ser utilizado o modelo de actualização idêntico ao do ano passado", explicou.

Fontes Pereira revelou ainda que o "software" usado no registo eleitoral em 2007 foi aperfeiçoado, para permitir melhor desempenho técnico, o que obriga ao refrescamento dos brigadistas antigos e a formação de novos agentes.

Esta fase não abrange ainda o registo de cidadãos no estrangeiro, pelo que aqueles que se encontram na diáspora e estiverem interessados devem deslocar-se ao país para fazer o seu cadastramento.


Comentário: A parte que eu mais gostei, foi :Esta fase não abrange ainda o registo de cidadãos no estrangeiro, pelo que aqueles que se encontram na diáspora e estiverem interessados devem deslocar-se ao país para fazer o seu cadastramento.

Cadastramento,é uma palavra derivada de cadastro.

Cadastro corresponde ao perfil de um cidadão com registos na justiça, equivalente ao «registo criminal».

Muito interessante o cadastramento dos cidadãos angolanos(estrangeiros na diáspora)