Fonte: Reuters (Christopher Thompson)
Saturday, 17 November 2007
Especial Retrospectiva - Angola 32 Anos. A utilização de empréstimos garantidos pelo petróleo para financiar a reconstrução do pós-guerra é insustentável. Deveria realizar-se uma conferência internacional para aceder a uma maior variedade de fundos, afirmou na última terça-feira um representante das Nações Unidas.
“A situação actual não é sustentável. (Utilizar) empréstimos cuja garantia é o petróleo é atar as próprias mãos,” afirmou na terça-feira Pierre-François Pirlot, coordenador residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola. “As reservas petrolíferas não são eternas, talvez durem mais 15 anos. Se está a contar com as indústrias extractivas, a situação também não é melhor.”
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África Subsaariana, depois da Nigéria, produzindo actualmente 1,4 milhões de barris por dia. O Governo prevê um aumento na produção para 2 milhões de barris por dia até ao final de 2007. O país está actualmente a meio do ‘boom’ da reconstrução financiado pelas receitas de petróleo, depois de uma guerra civil que durou 27 anos.
Ao contrário de outros países em situação de pós-conflito, tais como o Iraque, o Afeganistão e a Serra Leoa, Angola nunca realizou a conferência para a reconstrução. Uma decisão que alguns analistas atribuem à relutância de Angola abrir as suas contas pouco transparentes ao escrutínio externo.
“São necessários biliões de dólares para reconstruir as infra-estruturas,” disse Pirlot em entrevista à Reuters. “A nível simbólico é importante realizar uma conferência para a reconstrução, para mostrar à comunidade internacional e aos investidores que o plano a longo prazo é credível.”
Alguns economistas defendem que Angola não precisa de doadores internacionais. Os cofres do Governo angolano viram recentemente um aumento significativo no crédito externo, a principal razão para o aumento do orçamento de Estado de 2006 no valor de US 25 biliões de dólares. Em 2005, o valor foi de apenas US 13 biliões de dólares.
No entanto, Pirlot afirmou que o crédito estrangeiro pode simplesmente adiar alguns problemas, visto que Luanda consigna a maioria da sua produção petrolífera futura para o pagamento de dívidas. “O paradoxo é que Angola quer manter a sua soberania. No entanto, está a hipotecar o seu futuro,” afirmou.
O Ministro das Finanças, José Pedro de Morais, afirmou que o financiamento das linhas de crédito vai aumentar de 800 milhões de dólares em 2005 para 5 biliões em 2006, incluindo uma linha de crédito de US 3 biliões de dólares do Eximbank China, cuja garantia é o petróleo.
Portugal foi o último país a oferecer uma linha de crédito, depois de ter concedido um empréstimo no valor de 300 milhões de euros no último mês.
Pirlot afirmou que Angola precisa de um investimento a longo prazo para diversificar a sua produção, acrescentando que planeou uma conferência de investimento a médio prazo.
“São necessários investidores para desenvolver novamente o sector industrial e não linhas de crédito. A conferência de reconstrução faz sentido a médio prazo. Angola também tem sido criticada pelo uso do crédito estrangeiro no passado, sobretudo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelas organizações de sociedade civil que dizem que os empréstimos não são transparentes.
No entanto, o Ministro das Finanças afirmou que Angola era digna de créditos devido à paz que existe actualmente no país e ao grande crescimento económico, embora 70 por cento da população viva abaixo do limiar da pobreza.
Comentário: Digam lá que o JES não é esperto.Não expõe ao mundo os montantes dos seus fundos particulares.Hipoteca Angola e o futuro dos angolanos através do petróleo e diamantes.Daqui a 15 anos os que não receberam a sua factura, ficam a chuchar no dedo, e às voltas e baldrocas com os chineses e outros (Futuros mandantes e controladores de Angola).Entretanto JES vai chorando e apelando ao investimento externo na "Missão de espírito e boa vontade na reconstrução de Angola". É tudo feito na base da boa vontade, para ambos os lados.Não se esqueçam que Angolano sabe chorar ao coração e cativá-lo, acenam com o petróleo impedem a razão de analisar friamente os factos e dados (escondem os fundos).Angolano frequentou durante 32 anos a Alta Escola da Corrupção, quer material quer das palavras e comunicação (contra informação).
Os angolanos Vladmiros ( personagem do livro "predadores"de Pepetela) vão dizer que este inglês não percebe nada dos assuntos de Angola, como tal, anda a falar àtoa por inveja.
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1 comentário:
Pois é, quem não chora não mama!Angola necessita o mais urgente possível de instituições crediveis só assim será possivel a reabilitação do país.
maria casputo
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