Fonte: Agência Lusa
Monday, 26 November 2007
A capital angolana, Luanda, tornou-se na cidade mais cara do mundo para trabalhadores expatriados, revela um estudo da empresa de recursos humanos ‘ECA International’, divulgado esta segunda-feira em Singapura.
O estudo baseia-se nos preços dos últimos 12 meses de um cabaz de 128 bens de consumo e serviços habitualmente adquiridos por expatriados em 300 locais do mundo. Os dados apurados são usados pelas empresas para calcular as ajudas de custo pagas a funcionários no estrangeiro.
Entre estes itens estão alimentos (lacticínios, carne e peixe, fruta fresca e vegetais), bebidas e tabaco, serviços, roupa, electrodomésticos, automóveis e peças, além de refeições em restaurantes.
Luanda é seguida por Oslo, Moscovo, Stavanger (Noruega), Copenhaga, Kinshasa, Seul, Libreville (Gabão), Genebra e o centro de Londres, no 10.º lugar.
«Algumas pessoas podem estar surpreendidas por cidades africanas estarem nos primeiros dez lugares», afirmou Lee Quane, do escritório da ECA em Hong-Kong. E explicou que os itens do cabaz de compras feitas pelos expatriados não estão facilmente disponíveis no mercado local e são, por isso, mais caros.
Em 2006, Luanda surgia em segundo lugar, atrás de Harare, posicionada então como a mais cara devido à hiperinflação registada no Zimbabué.
«Angola sempre foi um local caro para expatriados, porque é difícil obter a qualidade de bens e serviços de que eles esperariam desfrutar em casa. O seu constante crescimento no custo de vida é em larga medida resultado do aumento dos preços do petróleo», afirma a ECA International.
Com a valorização do kwanza, adianta, Luanda «tornou-se mais cara para os visitantes», apesar de a inflação estar «contida». Um outro estudo divulgado na semana passada pela consultora imobiliária Worx apontava as carências de novos projectos de habitação de qualidade «à excepção dos espaços destinados aos colaboradores das empresas relacionadas com o petróleo», como causa dos altos preços de compra a aluguer que se registam na capital angolana, dos mais altos em África.
«Com a elevada procura, as rendas atingiram valores recorde no continente africano», com os valores das «prime rent» mensais (renda de zona de referência) de T5 rondar os 12 mil dólares (17 mil euros) por metro quadrado.
A Worx explica estes valores como o resultado de 27 anos de guerra civil em Angola (1975-2002), a que se associa a falta de investimentos nos últimos anos.
Se em termos globais Luanda é a cidade mais cara, já na Ásia é a capital da Coreia do Sul, Seul, que lidera a lista definida pela ECA.
O estudo sustenta que a desvalorização do iene faz com que as cidades japonesas sejam mais baratas.
A capital japonesa, Tóquio, mantém o segundo posto das cidades mais caras da Ásia, mas em termos globais saiu da lista das 10 mais caras devido à desvalorização do iene.
«A desvalorização do iene contra várias moedas, associada a uma baixa inflação, reduziu significativamente os custos para estrangeiros em Tóquio, Yokohama e Kobe nos últimos anos», refere o relatório da sondagem.
Na Ásia, as cidades japonesas de Yokohama e Kobe surgem no terceiro e quarto lugares, seguidas de Hong Kong, Taipé (Taiwan), Pequim e Xangai (China), Singapura e Cantão (no 10.º lugar), a capital da província chinesa de Guangdong, sul do país.
A sondagem revela também que há 15 cidades chinesas entre as 39 mais caras da Ásia.
Os elevados preços da alimentação e a valorização do remimbi chinês fez aumentar o custo de vida dos expatriados nas cidades chinesas, diminuindo a diferença que mantinha com outras cidades mais desenvolvidas como Hong-Kong e Taipé.
A capital indonésia, Jacarta, está no 11.º lugar das cidades mais caras na Ásia, Banguecoque no 18.º, Manila no 19.º, Hanoi em 32.º lugar, um acima de Kuala Lumpur, a capital da Malásia que foi classificada no 33.º posto e considera Islamabad a cidade menos dispendiosa para os expatriados.
Comentário: Esta classificação não surpreende.O maldito petróleo, tanto está para o bem, como para o mal
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