sábado, 1 de agosto de 2009

Deputada do MPLA e irmão assassinados no Talatona


Fonte: Alberto Bambi

Os dois iam ao óbito de um sobrinho, dias depois de terem enterrado o pai

A deputada Beatriz Salucombo, 54 anos, e o seu irmão, António das Neves, 55, superintendente da Polícia Nacional ao dispor do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), foram baleados por um grupo de desconhecidos na noite de quarta-feira, 29, nas imediações do SIAC, no bairro Talatona, no município da Samba.

Um comunicado da Polícia Nacional revela que o incidente ocorreu quando eram sensivelmente 20 horas e 40 minutos, quando quatro elementos trajados a civil e munidos de armas de fogo do tipo mini Uzi, a bordo de uma viatura de marca RAV-4 de cor azul, com três portas, dispararam contra os dois irmãos que se faziam transportar, na altura, numa viatura de marca Mitsubishi L 200, de cor branca. De acordo com o mesmo comunicado, Beatriz Salucombo foi atingida na região acima da cristã ilíaca direita ao passo que o irmão mais velho, António das Neves, foi baleado na região homotoráxica do lado direito e na perna do mesmo lado. “Na quarta-feira, os meus irmãos estavam juntos e preparavam-se para ir ao óbito de um sobrinho, filho de um primo nosso, mas decidiram passar em casa de uma outra mana para arrumarem umas coisas.
Sei que depois apareceu uma viatura que fechou o carro onde os dois estavam, Alberto Bambi e Dani Costa uma carrinha L 200”, explicou um dos irmãos das vítimas, João Carlos Ferreira. Depois de interpelados, segundo João Carlos Ferreira, os meliantes alvejaram com dois tiros inicialmente a deputada Beatriz Salucombo. Quando se apercebeu dos tiros, o superintendente, que foi atingido primeiro com um tiro no peito, António das Neves ainda tentou chegar ao lado da irmã, mas os seus carrascos baleram-no numa das pernas.
“Foi a minha sobrinha que recolheu os dois (a mãe e o tio) e levoulhes à Clínica Multiperfil. O nosso irmão acabou por morrer. A mana ainda foi submetida a uma operação de emergência para que se retirasse a bala, mas não conseguiu sobreviver. Faleceu a 1 hora da manhã”, desabafou ainda João Carlos Ferreira. O nosso interlocutor realçou que, em nenhum momento, os assaltantes pretendiam roubar a viatura em que se encontrava a parlamentar do MPLA. Segundo eles, retiraram somente a pasta de Beatriz Salucombo e o telefone da única filha desta, Weza Salucombo, que testemunhou “in loco” a morte de sua mãe. Foram os moradores da área que telefonaram à Polícia local, que só apareceu depois de as vítimas terem sido levadas para a Clínica Multiperfil. Segundo eles, a acção dos meliantes foi muito rápida e nem se lembram de terem visto o carro a escapar-se. Tragédia familiar Quando se deslocava à casa da irmã, Beatriz Salucombo e o irmão pretendiam passar a noite no óbito de um sobrinho que falecera alguns dias antes. “Tia Bibi”, como era tratada, regressou recentemente de uma viagem ao Brasil, onde se deslocara para acompanhar uma das filhas que se encontra adoentada. Nas últimas duas semanas, Beatriz Salucombo e António Neves estiveram na cidade de Saurimo, província da Lunda-Norte, para acompanhar os restos mortais do pai à última morada. “Não faz muito tempo que tivemos infelicidade e agora mais esta situação. Não dá para acreditar”, lamentou o nosso interlocutor. A deputada, que por sinal já era viúva, deixou quatro filhos, nomeadamente Vunda Salucombo, Nginga Salucombo, Nguoi Salucombo e Weza Salucombo. Por seu lado, António das Neves era funcionário da Direcção Provincial de Luanda do Serviço de Migração e Estrangeiro SME, onde ocupava um lugar de destaque. “Era um funcionário laborioso. Esperamos que a Polícia Nacional encontre aos autores ou os presumíveis instigadores deste crime”, realçou um alto funcionário da direcção nacional do SME. Bairro perigoso Um dos vizinhos explicou que a casa da irmã da malograda já foi assaltada duas vezes, tendo sido surripiados bens como descodificadores de satélite e uma botija de gás. O segundo assalto ocorreu há pouco menos de dois meses. A deputada e o irmão frequentavam regularmente a casa da parente, de onde chegavam a sair depois das duas horas da madrugada sem nenhum perigo, razão pela qual alguns interlocutores presumam que tenha sido um homicídio programado. O seu irmão, João Carlos Ferreira, disse que nunca teve conhecimento de que a tia Bibi, como era carinhosamente tratada a deputada, estivesse envolvida em qualquer problema que justificasse tal acto, assim como o irmão António das Neves. “Vamos deixar tudo nas mãos da Polícia Nacional, a quem apresentamos as queixas, porque os bandidos só levaram a pasta dela de trabalho e o telefone da minha sobrinha”, referiu o nosso interlocutor. Nos últimos tempos, a criminalidade, sobretudo assaltos à mão armada, violações e roubos, aumentou significativamente no bairro Talatona. Por isso, pedem que a Polícia reforce a segurança naquelas paragens. O maliano Maurice Kolibali, comerciante, disse que a sua loja foi assaltada mais de duas vezes. Segundo ele, “no mês passado, um grupo de jovens entrou na minha loja às 9 horas. Colocaram-me e levaram mais de 45 mil Kwanzas que havia na caixa”, revelou o próprio, explicando que “o segundo assalto ocorreu na semana passada. Os bandidos levaram até o telefone fixo TELO”. “Os bandidos eram todos jovens e trouxeram consigo armas de fogo, para eu não apresentar resistência”, rematou Kolibali.



Comentário: Estão a culpar os Jovens Bandidos, quando por detrás deste cenário, pode(m) estar adultos bandidos influentes(ricos), envolvidos em negociatas obscuras mal resolvidas, que resolveram usar os jovens por encomenda, para resolverem a negociata. É sabido, que a criminalidade, principalmente em Luanda, é elevada, devido às desigualdades sociais.Uns com Excesso de Riqueza(10%), outros com Excesso de Pobreza (90%).Perante este cenário, é normal que por meia dúzia de Kwanzas, os jovens bandidos, aceitem executar o trabalhinho sujo dos adultos bandidos influentes(ricos).A vida está difícil para o angolano e para o calcinha do Kaluanda, que todos os dias olha ao seu redor, e só vê edíficios e outros bens de luxo a erguerem-se e a passarem à sua frente, e ele com os bolsos vazios e esfomeado, deambulando pelas ruas, sem trabalho.Quando o trabalho existe, é mal pago e explorado (lembram-se quando diziam que os portugueses exploravam o angolano.Agora, quem os explora são tantos e está tudo bem...uma maravilha para o angolano bandido influente).O kaluanda, tem que fazer pela vida.Nem que seja roubar o bandido rico.

E se, os jovens bandidos, que acusam, fizerem parte dos 15.000 angolanos recentemente desalojados.

Qual é, o maior crime?

Tirar o tecto a 15.000 angolanos carenciados, ou tirar a vida a dois angolanos priveligeados?

Responda quem souber e puder

(Na resposta, convêm não esquecer a actual condição de vida da maioria do povo angolano/Excesso de pobreza (90%), contra os 10% de uma minoria com Excesso de Riqueza e influência.)

Um dia, o povo cansa-se com tanta injustiça, que o barulho das armas começa a estoirar a «torto e a direito», arrastando vítimas inocentes.

Não se deve tirar a vida a nenhum ser humano.Seja através de actos criminosos, recorrendo às armas de fogo, como não se deve tirar o tecto a ninguém, principalmente às crianças durante a estação do «cacimbo», deixando-as ao relento sem criarem primeiro a alternativa ao derrube do seu abrigo(tecto), recorrendo aos camartelos gigantes.Estão a imaginar o "Terror".O terrorismo, provocado pelos os adultos bandidos influentes(ricos) que estão no poder.E se os 15.000 angolanos resolvem ir tirar satisfações junto de quem de direito, é recebido à paulada e à cacetada.

Bandidos ? Quem ?

Os jovens ? Que sofreram uma guerra, que os empobreceu de valores.A pseuda-democracia de fachada só favorece e protege o adulto bandido influente (rico).

Os exemplos, devem vir de cima.De quem é responsável para criar-lhes as melhores condições de vida a todos os níveis.

Os verdadeiros bandidos, estão ao serviço do poder popular, com assento na assembleia nacional e não têm moralidade para imputar e justificar toda a criminalidade existente aos jovens.

Na volta, os bandidos, têm tanto de criminosos como as vítimas do crime.

2 comentários:

fernando baião disse...

O Pepetela disse que o vulcão pode entrar em erupção e eu digo que a tampa já está a tremer na panela a ferver, com tanta miséria e pobreza as convulsões sociais se aproximam, foram os desalojados da Boavista, os do Bairro do Benfica na Ilha de Luanda, agora os dos bairros Iraque, Bagadad e Camama, foram os do Lobito, a marcha de protesto, contra as demolições parada por aparato militar nunca visto, etc, etc, etc etc etc...
Os condomínios de luxo, contra os condomínios de lata, tratamento desigual entre quadros angolanos e estrangeiros do mesmo nível, imigração sem qualquer controlo, aumento do fosso, entre ricos e pobres.
Vamos esperar mais o quê?

asperezas disse...

welcome to Africa take 83746

:-/