Começou hoje em Luanda o VI Congresso do MPLA que vai marcar, supostamente e de acordo com a versão oficial, um "corte" com o passado na organização do partido ao abrir a porta para a existência de listas concorrentes aos órgãos de direcção do maior partido angolano.
No seio dos militantes e dirigentes do MPLA já é comum a designação deste conclave como "o congresso do corte", porque, com a alteração já confirmada dos seus estatutos, no futuro e em teoria vão ser possíveis listas distintas a disputar os diversos patamares de direcção.
Este é, como confirmou à Lusa o porta voz do MPLA, Norberto dos Santos "Kwata Kanawa", o último congresso em que é a sua direcção a apresentar as listas para os órgãos do partido, como, por exemplo, o comité central.
Entretanto, o presidente do MPLA, partido no poder em Angola desde 1975, José Eduardo dos Santos, realçou hoje o sistema de reorganização do partido, que permitiu a transferência dos comités de locais de trabalho para os de residência.
Discursando na cerimónia de abertura do VI Congresso, José Eduardo dos Santos condenou a prática do tribalismo e racismo, enquanto elementos que minam a coesão e unidade da Nação, tendo, por isso, defendido a necessidade de serem combatidos.
Depois de 34 anos de independência e sempre sob o domínio da mesma força, o MPLA, eis que Angola quer, ou simula querer, apresentar-se como um Estado de Direito.
Eduardo dos Santos, igualmente presidente da República e um dos homens mais ricos do país, realçou também a participação no conclave de membros das várias esferas que representam as maís diversas especialidades e sectores, o que testemunha a unidade do partido.
Na sua intervenção, Eduardo dos Santos destacou ainda o sistema que promoveu a Organização, promoção e direcção a partir das zonas de residência, o que garante um partido de massas, aberto e democrático.
Realçou ainda a necessidade de os seus militantes respeitarem os estatutos e regulamentos do partido, baseados na necessidade da construção de uma sociedade democrática, de justiça e segurança social, objectivos definidos por estes dois documentos orientadores da acção do MPLA.
O mundo poderá estar de olhos postos neste congresso, já os angolanos não estão. Poucos são os que acreditam.
2 comentários:
De facto o tribalismo e o racismo não contribuem para o desenvolvimento, mas o que torna engraçado não são as palavras proferidas mas sim quem as profer. Porque basta observarmos para pais e logo está o exemplo do que se repreende.Assim se levante algumas questões:
1-O desenvolvimento do pais, está de igual modo?Comparemos onde nasceu com o leste, as estradas do leste estão asfaltadas?
2-Será que existe angolano da Iª e da IIª?...
Segundo o Roberto Cool:As crianças são testemunhas atentas da moralidade dos adultos.
As mudanças, foram para pior.Só as consideram melhores, aqueles que continuam à "mama" e fecham os olhos às carências do povo no interior do país (angolano de 2ª).É só hipocrísia.
Obrigada, pelo desabafo participativo
Tamos juntos !
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