segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Isabel dos Santos: A face invisível dos negócios angolanos em Portugal


A filha do Presidente angolano José Eduardo dos Santos tem cada vez mais negócios no seu país de origem e em Portugal. Mas nada disso a faz alterar a sua postura de total discrição, o que dificulta a resposta à pergunta: afinal, quem é Isabel dos Santos, e como é que tem montado o seu império empresarial?


Para Isabel dos Santos, este foi um ano em grande no que diz respeito aos negócios, e ainda falta cerca de um mês para chegar ao fim. Até lá, tem ainda a oportunidade de acrescentar um outro projecto ao pequeno império empresarial que já montou.

Na terça-feira foi lançado para o espaço um satélite da Eutelsat, a partir do Cazaquistão, que permitirá reforçar os serviços prestados pela empresa de comunicações. Entre os seus clientes estão a filha do Presidente angolano José Eduardo dos Santos e a portuguesa Zon. É este satélite que irá permitir o arranque do mais recente negócio da empresária, a televisão por subscrição em Angola através de uma parceria onde detém 70 por cento do capital, ficando a Zon com os restantes 30 por cento.

A analogia é fácil, mas este é apenas mais um sinal de que os investimentos de Isabel dos Santos estão em plena ascensão, sejam em Portugal ou em Angola. O nome de Isabel José dos Santos, ou simplesmente Isabel dos Santos, como é conhecida, é hoje um sinónimo de negócios. E se estes são cada vez mais, o certo é que a empresária, nascida em 1973, filha única do primeiro casamento de Eduardo dos Santos (com Tatiana Kukanova, quando foi estudar para a ex-URSS), não alterou a sua postura de total discrição pública.

Negócios em expansão

Para a primogénita do Presidente angolano, formada em Engenharia em Londres, este foi, de facto, um ano repleto de avanços e concretizações. Após ter comprado ao BCP os 9,7 por cento que o banco detinha no BPI, por 164 milhões de euros, colocou em Abril um gestor da sua confiança, Mário Silva, no conselho de administração da instituição financeira liderada por Fernando Ulrich.

O banco BIC Portugal, onde detém 25 por cento e faz parceria com Américo Amorim (dono de outros 25 por cento), terminou em Junho a sua primeira fase de expansão no mercado nacional com a abertura do sexto escritório em Braga. E foi através deste banco que Isabel dos Santos assumiu recentemente o seu primeiro cargo numa empresa no território português, fazendo agora parte do conselho de administração do BIC Portugal, gerido por Luís Mira Amaral. Uma forma de acompanhar mais de perto os seus investimentos.

Na Galp Energia, onde está indirectamente através da Amorim Energia (é sócia da Sonangol na Esperaza, empresa com sede na Holanda, onde tem 40 por cento do capital, e que por sua vez é accionista de referência da Amorim Energia), é dona de seis por cento da petrolífera. Esta percentagem, que a torna na quarta maior accionista, já lhe rendeu cerca de 56 milhões de euros em dividendos desde 2006 até meados deste ano.

A par da Sonangol, Isabel dos Santos é a maior investidora em Portugal. Segundo a consultora AT Kearney, os investimentos da empresária e da petrolífera estatal angolana valiam, no início de Setembro, três por cento do principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, o que equivale a 1813 milhões de euros. Enquanto não ocorre uma maior distribuição de riqueza em Angola, com o despontar de classe média e novos empreendedores, Isabel dos Santos continua a fazer parte do sector privado angolano, que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) caracteriza com sendo "dominado por uma elite muito restrita, ligada aos partidos".

Objectiva e implacável

No único depoimento escrito que lhe é conhecido em Portugal, um direito de resposta que enviou à Sábado, em 2007, a propósito de um artigo da revista que motivou mesmo um processo, Isabel dos Santos fez questão de sublinhar a sua independência face a ligações familiares. "Não represento nenhum interesse e não represento ninguém, a não ser a mim própria. Há mais de uma década escolhi uma carreira diferente e independente da minha família", afirmou. O certo é que os seus dois meios-irmãos, "Tchizé" dos Santos e José Paulino dos Santos, são menos dados às lides de investimentos empresariais. Ligados à Semba Comunicações, uma consultora, tiveram ambos uma participação no angolano Banco de Negócios Internacional (BNI), mas já venderam as suas acções.


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Comentário: José Eduardo dos Santos, e a sua família, descobriram o "El Dourado em terras de Portugal".Descobriram que Portugal estava falida dos pés à cabeça e que seria um bom destino, para aplicar os fundos da recente medida apergoada pelo José Eduardo dos Santos, da "Tolerância Zero " à corrupção em Angola.Com ajuda dos políticos portugueses, começando na esquerda socialista e comunista, passando pelos centristas do CDS, acabando nos sociais democratas(PSD) do Mira Amaral (o tal que recebe uma reforma choruda do Estado português por incapacidade, acumulando com parcerias na administração dos investimentos do banco BIC de Isabel dos Santos, para o qual não revela incapacidades).Uns e outros, Amam MUITO os seus países.A comprová-lo, basta olhar para os sinais exteriores de riquesa de cada um deles, para compreendermos este tipo de tráfico de influências corruptas ao nível dos negócios, mas também uma nova táctica de colonização, a que muitos chamam "globalização"


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