Durban, África do Sul (Lusa) - A presença de um navio chinês no porto sul-africano de Durban com seis contêineres de armas e munições destinados ao governo de Robert Mugabe provocou uma onda de contestação na África do Sul.
O Sindicato dos Transportes e Indústrias Associadas (Satawu), que engloba os estivadores do porto de Durban, já divulgou que os seus filiados se recusam a descarregar o "Na Yue Jiang", impedindo que o armamento seja transportado para o Zimbabué, a mais de 2.000 quilômetros de distância do porto.
O governo sul-africano parece constrangido com a presença do navio com armas para o governo de Mugabe e tenta ganhar tempo. A polêmica mediação do presidente Thabo Mbeki na crise zimbabuana e a forte reação da sociedade civil ao carregamento colocam as autoridades numa situação delicada.
Na quinta-feira, o secretário da Defesa, January Masilela, disse que o governo já obteve autorização do Comitê Nacional de Controle de Armas Convencionais para descarregar e permitir o transporte rodoviário da carga, esclarecendo que o Executivo não pode unilateralmente impedir uma transação comercial legítima a China e o Zimbábue.
Impasse
Com o envolvimento da poderosa central sindical Cosatu e as suas filiadas na questão, as armas a bordo do "Na Yue Jiang" podem não ser descarregadas em território sul-africano, onde mais de três milhões de zimbabuanos procuraram refúgio do governo de Mugabe.
Analistas de defesa, políticos da oposição e sindicalistas têm chamado a atenção para o fato de o Executivo de Harare ser neste momento um regime militar, uma vez que os resultados das eleições presidenciais não foram ainda divulgados após 20 dias após a votação e a violência no país contra os cidadãos e membros da oposição estar aumentando diariamente.
"A África do Sul não pode ser vista como um facilitador da entrada de armas no Zimbábue numa altura em que se verifica uma disputa política e uma situação volátil entre a Zanu-PF [partido de Mugabe] e o MDC [oposição]. O ponto de vista dos nossos filiados é que ninguém nos deveria pedir que descarreguemos estas armas", disse o secretário-geral do sindicato Satawu, Randal Howard.
Postura
A crescente contestação no ANC, partido no poder na África do Sul, sobre a atuação do presidente Mbeki como mediador do processo zimbabuano coloca o chefe do Estado sul-africano numa posição muito frágil.
"O espanto do mundo perante a defesa política de Robert Mugabe feita pelo presidente Thabo Mbeki poderá transformar-se em fúria", disse o porta-voz para questões de defesa da maior força da oposição parlamentar (a Aliança Democrática, AD), Rafeek Shah.
Além disso, Shah afiram que Mbeki "não está apenas negando que exista uma crise política no Zimbábue, como também a facilitar o reforço militar de um regime despótico e desesperado".
Shah e vários outros políticos da oposição questionam como Thabo Mbeki poderia ser considerado um mediador isento numa crise de dimensões trágicas no Zimbábue se seu governo permitir o transporte de armas para Mugabe através do seu território.
Na quinta-feira, o líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, pediu em Joanesburgo que o presidente sul-africano seja substituído no cargo de mediador da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Comentário:É assim que tudo começa, quando os "Ditadores" se instalam no poder durante décadas.Para os ditadores o acto eleitoral, expresso através do voto do povo, é encarado como uma farsa (um circo de fachada).Um dia diferente dos outros, onde o Director do Circo, controla e impõem o programa que os palhaços (povo) devem representar obedientemente, observados perto ou longe, pelos espectadores (observadores) cujo maestro da banda (China) prepara a "pauta da música" que o Director do Circo deve mandar tocar.Assistem e obedecem todos impávidos e serenos ao espectáculo.Nenhum se chega à frente, para derrubar o Director do seu luxuoso e saborosso pedestal, até porque ele tem a rectaguarda protegida por uma super potência.Preferem ficar na rectaguarda a opinar para o Vento, na esperança que ele os oiça, e tenha a força suficiente para o derrubar do pedestal.
Dá-se ínicio ao espectáculo.Rufam os canhões, saltam os morteiros, cospem as metralhadoras notas de música crueis, que matam.Os gritos das sirenes misturados com os "ais" dos palhaços dão a voz diabólica, que o director (ditador) adora ouvir, relaxadamente com ar de gozo e de divertimento enquanto o espectáculo acontece.
Este circo, existe em vários países do continente africano. Todos eles, já são famosos mundialmente, graças à serenidade de todos os espectadores mundiais (hipocrísia).Foram muitos os que contribuíram para o aumento da sua fama.Entre eles, a cimeira EU/ÁFRICA, permitindo e tolerando a sua presença, inclusive alguns até foram apaparicados, no caso do Recordista ditador Dos Santos (28 anos a governar), digno representante do povo angolano, e também ele, não jura, mas promete que no seu país o Circo das Eleições vai ser Justo e Democrático.Até porque, o espectáculo do seu circo, irá decorrer em dois dias, o que lhe permitirá controlar e impôr a veracidade e segurança do espectáculo (que os espectadores mundiais interesseiros hipócritas desejam), cujo os palhaços (povo) obedientemente irão representar, à semelhança do circo do Zimbabué.
Na eventualidade de existirem atropelos, a segurança está garantida a baixos custos pelo maestro chinês, que possui milhões e biliões de chineses prontos a servirem de carne para canhão, também ela a baixos custos.
Eleições justas em África..Utopia ou realidade?
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