A falta de empresas e de técnicos qualificados justifica liderança que o sector dos manuais escolares no país seja dominado por editoras portuguesas, principalmente a Texto Editora e a Porto Editora, disseram à Lusa fontes do sector.
A totalidade dos materiais usados pelos alunos angolanos do segundo ciclo - que vai da 10ª à 12ª classe - são criados e elaborados por técnicos portugueses com a aprovação do Ministério da Educação angolano.
“Todo esse material é pilotado pela editoras estrangeiras porque nós ainda não temos muitos especialistas na elaboração dos materiais do segundo ciclo”, explicou à Agência Lusa David Chivela, director-geral do Instituto de Investigação e Desenvolvimento (INIDE) do Ministério da Educação de Angola.
Já os materiais usados no ensino primário e no primeiro ciclo são elaborados em Angola por técnicos nacionais, cabendo às editoras portuguesas apenas a produção dos manuais.
Neste caso, disse David Chivela, “as editoras, quer estrangeiras, quer nacionais, apenas produzem o produto acabado, mas a sua concepção, a sua elaboração, desde a fase inicial, é feita por técnicos angolanos”, sublinhou.
A área de edição em Angola “é quase inexistente”, o que obriga o governo angolano a recorrer às editoras portuguesas.
“Na realidade, não temos nenhuma editora angolana de raiz a trabalhar connosco. Trabalhamos com a Luanda Editora, mas que faz parte do grupo português Texto Editora”, afirmou o director-geral do INIDE.
“A única editora de raiz que nós conhecemos, mas que no fundo todo o material é feito em Portugal, é a Nzila”, explicou David Chivela.
No entanto, a Nzila é também uma empresa detida maioritariamente por capitais portugueses, neste caso da Editorial Caminho, empresa que Miguel Paes do Amaral e o seu sócio, Nicolas Berggruen, pretendem adquirir.
O director-geral do INIDE, o organismo público que tem como responsabilidade elaborar o material didáctico, aprová-lo e remetê-lo à direcção do Ministério da Educação, deu como exemplo a livraria Mensagem, uma empresa de direito angolano cujos produtos que comercializa são totalmente feitos fora do país.
Segundo David Chivela, o Ministério da Educação trabalha actualmente com a Plural Editores, que faz parte da Porto Editora, com a Texto Editora, de capitais mistos portugueses e angolanos, e com a Plátano, também portuguesa.
O responsável aponta a falta de matérias-primas para a produção dos livros, como a principal causa para as editoras recorrerem a Portugal para produzir os manuais escolares e os livros.
“Os livros produzidos aqui chegam a ser mais caros (do que os importados de Portugal). E compreende-se porquê, as matérias-primas são todas importadas, existem imensos problemas, a falta de água, energia, combustível, e isso tudo influi no preço do livro”, adiantou.
Segundo David Chivela, as dificuldades de trabalho são imensas e, pelo facto, as editoras nacionais que querem trabalhar com o Ministério acabam por não ser capazes de honrar os seus compromissos.
As editoras portuguesas contactadas pela Agência Lusa são unânimes em referir que o maior problema para se efectuar o trabalho em Angola prende-se com as infra-estruturas básicas.
Lusa
Comentário: Aqui está talvez, uma da suposta confirmação para as intenções do Brasil, ao intentar seduzir Angola, para a mudança da sua língua oficial, com aproximação à escrita e fala brasileira.Ainda recentemente na II Conferência da Lusofonia realizada em Lisboa (10/12/07) o embaixador brasileiro junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirmava que a promoção da língua portuguesa está a ser o aspecto mais débil do trabalho da organização lusófona.Por seu lado, Ernâni Lopes, o anfitrião da Conferência, lembrou que o Brasil está a posicionar-se para ser uma das principais potências internacionais - tal como Rússia, China e Índia.
Supostamente esta situação das Editoras portuguesas em Angola, também pode ser uma das razões, para que o recente livro " Purga em Angola" esteja envolvido num mistério e trocas de acusações entre a Editora e os autores do livro.
Devo dizer, que já andei pelas livrarias à procura deste livro.A resposta foi igual em todas elas " Está esgotado". À pergunta sacramental de quando é que pensam voltar a ter a obra? Respondem todos a uma só voz: Não sabemos, vá passando.À excepção da minha livraria habitaul, onde sou frequentadora assídua e cliente, que muito simpáticamente, deixou-me a esperança de talvez conseguir arranjar o livro.Até este momento ainda não o conseguiu.
Os lobbies das influências políticas e transacções comerciais falam mais alto.Uma certeza, quase já temos.O conteúdo do livro, para além de conter factos presumívelmente verdadeiros, incomodou e mexeu com muitos Elefantes Vladmiros em Angola.
Enquanto à vida, à esperança.Eu ainda, não perdi a esperança de um dia, ainda poder vir a ler o livro
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2 comentários:
O LIVRO NZUÁ E O ARCO-ÍRIS
Escrito e Ilustrado pelos Professores e Contadores de Histórias
JULIO e DÉBORA D'ZAMBÊ
Conta a histórias de menino africano de Angola que vê nas cores
do Arco-Íris a Paz no Mundo.
Contato:www.sansakroma.com
sansakroma@terra.com.br
Fone:11 9625 8509
São Paulo-Brasil
Julio e Débora
www.livrosnanet.com
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