sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Angola/Portugal:Influência que empresários angolanos estão a ganhar na comunicação social portuguesa

Francisco Louçã:"Em Portugal perdoam-se dívidas se forem muito elevadas"
 
 
 
Francisco Louçã usou como exemplo a venda da participação de Joaquim Oliveira na Controlinveste ao empresário angolano António Mosquito para dizer que a banca perdoa mais facilmente quem tem dívidas elevadas.
 
Francisco Louçã alertou hoje para a influência que empresários angolanos estão a ganhar na comunicação social portuguesa, que o economista considera "um activo estratégico" do país.
"Somando as intervenções de Álvaro Sobrinho e de António Mosquito na imprensa em geral, os interesses de empresários angolanos, directamente ligados ao regime do presidente José Eduardo dos Santos, dominam hoje uma parte muito importante da imprensa escrita, da rádio e até já concorreram à privatização da RTP", disse o antigo líder do Bloco de Esquerda à margem da conferência "A austeridade cura? A austeridade mata?", na Faculdade de Direito de Lisboa.
Estas operações no sector dos media preocupam Louçã porque "a liberdade de comunicação tem que ser garantida contra a tentação de qualquer regime de submeter estes órgão à propaganda, ou às suas próprias visões que são restrictivas da liberdade de imprensa."
Louçã considera que o recente negócio da venda da participação de Joaquim Oliveira na Controlinveste (detentora do Diário de Notícias e da TSF) ao empresário angolano António Mosquito é mais um exemplo de que "em Portugal perdoam-se dívidas se forem muito elevadas."
"É surpreendente porque se trata de um empresário que pediu 300 milhões de euros emprestados, que é perdoado parcialmente na sua dívida e que a reestrutura numa conciliação de interesses com António Mosquito, o dono da Soares da Costa e com outros interesses da banca portuguesa", referiu.
 
Fonte:Jornal de Negócios