sábado, 30 de agosto de 2008

Angola/Eleições: José Eduardo dos Santos assume-se como "jogador" na disputa eleitoral

Fonte: Lusa

Luanda,(Lusa) - O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, disse hoje no Lubango, Huila, que não é árbitro no processo eleitoral para as legislativas de 05 de Setembro, mas sim "jogador" pela equipa do MPLA, partido a que também preside

"Alguém em Luanda disse que eu estava a ser árbitro e jogador ao mesmo tempo, mas eu não sou árbitro, penso que ele não ouviu bem e não leu as leis que temos", salientou o Chefe de Estado, que discursava na cidade do Lubango, durante uma visita de trabalho à província de Huila para apelar ao voto no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, partido no poder).

Para o Presidente angolano, existe uma Comissão Nacional Eleitoral que conduz todo o processo eleitoral que é um órgão "independente" e não depende do Presidente da República.

"Eu sou o presidente do MPLA, também sou jogador. Mas ele - uma referência aos vários partidos da oposição que criticaram os apelos que tem lançado ao voto no MPLA - é muito esperto, quer que a nossa equipa fique com menos um jogador. Mas eu estou na nossa equipa. A do MPLA que é uma equipa vencedora", frisou

Eduardo dos Santos adiantou que "a direcção do MPLA quer todos os membros, amigos e simpatizantes no dia 05 de Setembro no local para votarem para o partido que têm no coração e esse partido é o (MPLA)".

Às legislativas do próximo dia 05 de Setembro concorrem dez partidos políticos e quatro coligações. Os 8,3 milhões de eleitores recenseados elegem os 220 deputados da Assembleia Nacional para um mandato de quatro anos.



Comentário:Ainda há, quem acredite que as eleições em Angola, vão ser livres e pluralistas?

Como é que tal, vai ser possível, se Angola, tem um Presidente da República, que "descaradamente" toma partido por uma das facções políticas envolvidas no processo, onde é também o máximo responsável da dita facção.Segundo o princípio institucional da democracia, o Presidente da República deveria representar todos os Angolanos, independentemente das opções várias, que o mesmo possa ter.Isto é, deveria ser PLURALISTA.Deveria ser o garante "pacificador" entre as partes envolvidas.Não deveria, envolver-se, nem tomar partido por nenhumas das partes em jogo.

Como em Angola, tudo é possível, não é novidade para todos aqueles, que são mínimamente conhecedores do sistema democrático ( do faz de conta - fachada), este tipo de pluralismo, em que a maioria das chancelarias internacionais, também tem conhecimento, só que, são obrigadas a fechar os olhos e a boca, e a vergarem-se à prepotência do Presidente da República e do seu MPLA.

Durante mais de três décadas, o Presidente e o seu partido, fizeram de Angola a sua casa particular, e a sua fonte de riqueza pessoal, onde o povo angolano, terá que submeter-se às suas regras e prepotência.Ou obedece, ou é excluído do sistema.Assim acontece, com as chancelarias internacionais a operarem económicamente em Angola.Assim vai acontecer, com os observadores internacionais, encarregues de observarem o acto eleitoral.

Penso, que todos, já têm conhecimento, que as leis que o Presidente da República e o partido que representa, assentam em bases como, a ditadura e a prepotência.

A Comissão Nacional Eleitoral, pertence ao partido no poder, embora o presidente diga o contrário.Esta comissão, vai vigiar e controlar, quem e o quê, dentro do MPLA do JES?Só os loucos, é que acreditam que esta comissão é isenta.

Eleições livres e pluralistas em Angola ?

São uma miragem, para o povo angolano.Para os outros povos, foram uma realidade e um sucesso.

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