Fonte: PlusNews
A angolana é uma adolescente típica. Gosta da cantora Shakira e de ir à praia.
Mas em seu mundo de menina ela também tem que acomodar responsabilidades e tristezas de adultos. Aos 13 anos, ela tem que cozinhar, limpar a casa, cuidar da mãe cega, e manter o tratamento antiretroviral das duas em dia. Rosa fez o teste para HIV em 2005, depois que sua mãe descobriu ser seropositiva.
Porém, mesmo com o peso do diagnóstico e a pobreza da família, a adolescente mantém uma postura optimista.
Aqui, ela mostra que a Sida não é impedimento para se fazer planos para o futuro. “Quando crescer, quero ser doutora”, afirma.
Vamos conhecer a história de Rosa
Rosa (nome fictício)
LUANDA - ANGOLA
Fiz 13 anos em 21 de Outubro, mas não houve festa porque não temos dinheiro.
Em 2005, os médicos descobriram que minha mãe tinha o vírus e nos mandaram também fazer o teste. O da minha irmã caçula deu negativo. O meu foi positivo.
Foi minha irmã mais velha quem me contou. Ela me chamou lá fora e disse que eu tinha o vírus. Eu comecei a chorar. Ela me disse para parar, senão os vizinhos podiam perceber.
Fiquei triste, mas depois minha mãe me disse que ia comprar os remédios para eu ficar boa.
A pessoa que tem essa doença é normal, só precisa beber os medicamentos. Mas se Deus me chamar, eu tenho de ir.
Eu tinha ouvido falar da doença. Pode pegar quem anda descalça, quem brinca no lixo e quem brinca com seringas e lâminas.
Minha irmã gostava de brincar com seringas que achava na rua. Agora, eu não deixo mais ela fazer isso. Na escola, ninguém sabe que eu tenho a doença. Se eles souberem, vão me xingar e não vão mais querer andar comigo.
Acho que meu melhor amigo é mesmo Deus. Quando estou triste, falo com ele.
Eu também gosto muito do meu avô. Ele me levava às consultas, dava conselhos para minha mãe. Quando não tinha comida em casa, ele ajudava. Mas ele foi atropelado e também ficou doente.
Em 2005, minha mãe começou a ter problemas de visão e agora não enxerga mais. Fico triste quando as filhas da vizinha insultam minha mãe, gritam que ela é cega. A coisa que eu mais queria é que ela voltasse a enxergar.
Quando minha mãe ficou cega, foi muito duro. Pensei que ninguém ia mais comprar roupa comigo.
Moro com minha irmã de seis anos e minha mãe e ajudo em casa. Acordo às seis horas da manhã e varro a casa e lavo a loiça antes de ir para a escola.
Estudo na sexta classe. Sou boa aluna em língua portuguesa, mas não gosto muito de história.
Quando a aula acaba, eu almoço, termino de fazer as camas, torno a varrer a casa e faço o jantar. Já sei cozinhar.
No sábado, faço a limpeza da casa. No domingo, vamos à missa.
Gosto de ir à praia e à piscina, mas não tem ninguém para me levar. Gosto também das cantoras Bruna e Shakira e de ver jornais na televisão. Quando crescer, eu quero ser doutora.
Meu nome vem de uma flor. Minha mãe diz que é uma flor muito especial. Como a rosa de Angola.
Comentário: Lição de vida, para todos os políticos e governantes e sociedade em geral.As crianças, os adolescentes e os adultos, que sofrem na pele incapacidades e flagelos que de certa forma os fragilizam e condicionam as suas vidas, seja qual fôr o cenário, de paz ou de guerra, são aqueles, que melhores exemplos de lições de vida oferecem às sociedades, cada vez mais hipócritas e insensíveis.Eles conhecem e aprendem a lidar com o "lado negro da vida".Esse lado negro, oferece-lhes maiores conhecimentos e outras capacidades adquiridas através da aprendizagem e adaptação a uma nova condição de vida.Esta aprendizagem acontece a todos os níveis.Eles sabem, quanto valor tem a vida, e não desperdiçam oportunidades.Para eles, um simples grão (oportunidade), pode significar o valor de um grandioso diamante.
A angolana é uma adolescente típica. Gosta da cantora Shakira e de ir à praia.
Mas em seu mundo de menina ela também tem que acomodar responsabilidades e tristezas de adultos. Aos 13 anos, ela tem que cozinhar, limpar a casa, cuidar da mãe cega, e manter o tratamento antiretroviral das duas em dia. Rosa fez o teste para HIV em 2005, depois que sua mãe descobriu ser seropositiva.
Porém, mesmo com o peso do diagnóstico e a pobreza da família, a adolescente mantém uma postura optimista.
Aqui, ela mostra que a Sida não é impedimento para se fazer planos para o futuro. “Quando crescer, quero ser doutora”, afirma.
Vamos conhecer a história de Rosa
Rosa (nome fictício)
LUANDA - ANGOLA
Fiz 13 anos em 21 de Outubro, mas não houve festa porque não temos dinheiro.
Em 2005, os médicos descobriram que minha mãe tinha o vírus e nos mandaram também fazer o teste. O da minha irmã caçula deu negativo. O meu foi positivo.
Foi minha irmã mais velha quem me contou. Ela me chamou lá fora e disse que eu tinha o vírus. Eu comecei a chorar. Ela me disse para parar, senão os vizinhos podiam perceber.
Fiquei triste, mas depois minha mãe me disse que ia comprar os remédios para eu ficar boa.
A pessoa que tem essa doença é normal, só precisa beber os medicamentos. Mas se Deus me chamar, eu tenho de ir.
Eu tinha ouvido falar da doença. Pode pegar quem anda descalça, quem brinca no lixo e quem brinca com seringas e lâminas.
Minha irmã gostava de brincar com seringas que achava na rua. Agora, eu não deixo mais ela fazer isso. Na escola, ninguém sabe que eu tenho a doença. Se eles souberem, vão me xingar e não vão mais querer andar comigo.
Acho que meu melhor amigo é mesmo Deus. Quando estou triste, falo com ele.
Eu também gosto muito do meu avô. Ele me levava às consultas, dava conselhos para minha mãe. Quando não tinha comida em casa, ele ajudava. Mas ele foi atropelado e também ficou doente.
Em 2005, minha mãe começou a ter problemas de visão e agora não enxerga mais. Fico triste quando as filhas da vizinha insultam minha mãe, gritam que ela é cega. A coisa que eu mais queria é que ela voltasse a enxergar.
Quando minha mãe ficou cega, foi muito duro. Pensei que ninguém ia mais comprar roupa comigo.
Moro com minha irmã de seis anos e minha mãe e ajudo em casa. Acordo às seis horas da manhã e varro a casa e lavo a loiça antes de ir para a escola.
Estudo na sexta classe. Sou boa aluna em língua portuguesa, mas não gosto muito de história.
Quando a aula acaba, eu almoço, termino de fazer as camas, torno a varrer a casa e faço o jantar. Já sei cozinhar.
No sábado, faço a limpeza da casa. No domingo, vamos à missa.
Gosto de ir à praia e à piscina, mas não tem ninguém para me levar. Gosto também das cantoras Bruna e Shakira e de ver jornais na televisão. Quando crescer, eu quero ser doutora.
Meu nome vem de uma flor. Minha mãe diz que é uma flor muito especial. Como a rosa de Angola.
Comentário: Lição de vida, para todos os políticos e governantes e sociedade em geral.As crianças, os adolescentes e os adultos, que sofrem na pele incapacidades e flagelos que de certa forma os fragilizam e condicionam as suas vidas, seja qual fôr o cenário, de paz ou de guerra, são aqueles, que melhores exemplos de lições de vida oferecem às sociedades, cada vez mais hipócritas e insensíveis.Eles conhecem e aprendem a lidar com o "lado negro da vida".Esse lado negro, oferece-lhes maiores conhecimentos e outras capacidades adquiridas através da aprendizagem e adaptação a uma nova condição de vida.Esta aprendizagem acontece a todos os níveis.Eles sabem, quanto valor tem a vida, e não desperdiçam oportunidades.Para eles, um simples grão (oportunidade), pode significar o valor de um grandioso diamante.
1 comentário:
Gostamos muito da sua história.
ASS:Portugueses
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