quinta-feira, 6 de março de 2008

Histórias interessantes de Angola, que merecem ser divulgadas

Histórias verdadeiras, contadas na primeira pessoa

" Normal, tudo normal "

- Então Tiago estás bom?
- Eu estou, a Rita é que não. Apanhou malária
- Eh pá! Mas foi ao médico?
- Sim foi. Ia ficando surda por causa da medicação mas mudou-a (porque eu por acaso fiz uma amigo que é o melhor médico deste país, quando estive cá em 2005, que a viu) e pronto já está melhor.
- Então mas os médicos não lhe fizeram análises?
- Sim fizeram, mas estavam mais interessados em interná-la para sacar dinheiro à nossa empresa do que em tratá-la.
- Esses africanos pá. Tchi são mesmo uma loucura!
-Não pá. Este clínica privada é gerida por cubanos e brasileiros. Sabes aquele mito de que os cubanos têm um bom sistema de saúde? Pelos vistos os que vêm trabalhar para Angola nem são muito bons. Mas olha é assim a vida.
- Mas oh Tiago não pareces preocupado?
- Então já viste se eu me preocupasse com coisas pequenas. Tais como: ter um seguro de saúde decente, que afinal este é uma merda, pagarem-me a tempo e horas, ter dinheiro para beber um café pelo menos, ter telemóvel com saldo, fazer menos de uma hora e meia de trânsito para chegar ao trabalho. Se eu me preocupasse com estes promenores já me tinha ido embora.
- Então e agora não tens medo de apanhar malária?
- Eu não. Aliás, nem que o meu figado rebente, vou tomar Mephaquin durante o tempo todo que aqui estiver.
- Espero que as coisas corram melhor daqui para a frente!
- Sim hão de correr. A sério, hei de continuar a não ter água nos escritórios, volta e meia há de faltar luz, quem resolve estes problemas não me há de atender o telefone nem ligar de volta. Mas eu estou tranquilo, aliás aqui isto é tudo normal.Se os angolanos se preocupassem com estes promenores, coitados. A taxa de suicídio deste país disparava para 90 por cento. Assim, em vez de morrerem de suicídio, morrem de serem tratados em clinicas assustadoras por estrangeiros mal formados. Mas é normal, tudo muito normal.


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Comentário: Quem se Lembra da notícia em que um General Njele admitia que: «Está neste momento um grande movimento de cerca de dez mil especialistas cubanos para Angola onde vão trabalhar como médicos ou como professores. Não acredito que, depois de se ter estabelecido este contrato, Raul Castro vá deitar por água a baixo este quadro de cooperação que é efectivamente muito grande» - sustentou. ».

Pois é meus amigos, nem sempre a quantidade significa qualidade.

Aos jovens e não só, que pretendam aventurar-se pelas terras de África, neste caso particular, por Angola, recomendo que se informem muito bem sobre todas as condições.Para que não lhes aconteça o mesmo, que a esta jovem...

Aqui fica registado o aviso.A minha pequena contribuição, e também porque não dizê-lo, a minha preocupação.

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